sexta-feira, dezembro 14, 2007

a Porta pede padrão

este poema foi pensado em Foucault, e escrito na parede da UFSC no dia da Livre Expressão, dia este reservado para pintar as paredes do CFH. O poema não tem nome e deve ter sido escrito em 2004.

a Porta

a Porta pede padrão
para o Piá poder.
- Para Piá você entrar
é preciso 'não-piar'.

Entra encontrando seu canto
Sem encanto entristece
E tece sua tez ao outro
- Num tácito trampo de porco !

Aos poucos morre um tanto
seguindo Santo...voando acima.
As leis seguram-no ao teto
sua Casa de louco Assassina.

2 comentários:

Anônimo disse...

Acho este poema um dos mais loucos. Foi escrito num momento da minha vida que me "fudi legal" ( eu me fudi e isto foi legalmente) com um professor. foucalt, kafka, acho que são influ~encias para este poema.

O poema fala sobre a Instituição e seu poder:

1) Para o Piá poder é preciso " não-piar", quer dizer, é preciso "não-ser" ou "não falar", calar-se. Piá é o ser,a pessoa.

2) Entra na instituição encontrando o seu canto. Só existem cantos para percorrerem, não existe centro, palco, como na arte. é reservado o canto. É preciso costurar sua pele ao outro, num trabalho sujo.

3) Seguindo Santo, acima das leis. O teto é seu limite, não há chão para estes egos, a loucura está posta, a falta de chão, é a casa de loucos e assassina

Henrique

Anônimo disse...

Agora me fez lembrar do conto de kafka, que o cara fica na porta esperando o momento de ele entrar. E o guarda nunca o deixa. Depois que ele está a preste de morrer, ele pergunta por que nunca pode entrar? e o guarda responde que podia ter entrado.
Neste caso, estamos do lado de dentro da porta

Henrique